Seguir padrões e viver dentro de convenções sociais nunca foi o plano de vida do roqueiro Raul Seixas, morto em 1989. Uma grande característica de sua obra sempre foi a mistura de ritmos, estilos e instrumentos. E, ao que tudo indica, o comportamento arrojado parece estar no sangue da família Seixas. Aos 31 anos de idade,Vivi Seixas, DJ e filha caçula do baiano, realizou o sonho de homenagear Raul revestindo seu legado com uma abordagem eletrônica. “A gravadora Warner me chamou para fazer esse álbum de remixes das músicas do meu pai. Como não sou produtora, contei com a indispensável ajuda de dois grandes nomes, o californiano Mike Frugaletti e o ganhador do Grammy Latino, o carioca Plínio Profeta”, conta Vivi Seixas sobre o processo de produção de A Geração da Luz, em entrevista ao Virgula Música.
Para dar vida ao projeto, a DJ utilizou fonogramas originais das canções de Raul, com sua voz a capella, e revestiu o material bruto com batidas de deep house, trip hop e drum and bass, brincando com o ritmo das músicas e guitarras distorcidas. “As composições do meu pai são atemporais, por isso fiz questão de deixar tudo intacto e dei uma roupagem moderna para sua sonoridade”, explicou. As canções também ganharam arranjos de músicos como Arnaldo Brandão, Donatinho, Pedro Augusto eÁlamo Leal. “O toque deles deixou o disco mais orgânico”, diz. O trabalho em cima dos restos de estúdio começou em 2009, mas o lançamento atrasou por problemas com direitos autorais. “Família com muitos herdeiros não é fácil. Não convivo com as minhas irmãs, mas, no fim das contas, deu tudo certo”, conta.
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