Os brasileiros que vivem nas grandes cidades estão dormindo cada vez menos. Um problema que pode levar à hipertensão e ao diabetes.
Hora do almoço. O advogado Stefenson dos Santos corre até a casa dele para dar um cochilo. Um jeito de compensar as noites mal dormidas. "É uma sensação chata porque se ficamos na cama, viramos para um lado e para outro, tentando buscar o sono de novo, e não conseguimos", conta.
É a correria do dia, o estresse, o barulho na rua. Tudo isso pode mexer com a qualidade do sono. E, às vezes, a gente até contribui para o problema sem nem perceber. Basta deixar o celular ligado do lado da cama – para receber telefonemas, e-mails, mensagens. É dormir em estado de alerta.
“O celular e o computador lembram o nosso cérebro que cama é lugar para ficar acordado e daí convencemos nossos hormônios e neurotransmissores que eles têm que trabalhar naquele momento e não nos deixar em repouso para dormir”, explica o neurologista Nonato Rodrigues.
E o paulistano está dormindo cada vez menos. Em média, seis horas e meia por noite. Uma a menos do que há quatro décadas. Um problema que especialistas debatem em São Paulo. A privação do sono pode levar à hipertensão, além de alterar o metabolismo.
“Pode ter resistência à insulina e tendência a aumentar a glicose – o açúcar no sangue – e um futuro diabetes”, alerta Dalva Poyares, do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Afeta a memória e o humor também. Roberta, que dorme mal há um ano, já percebeu isso. “Eu sinto bastante dor de cabeça, minha memória também é muito curta, minha concentração não é a mais mesma”, descreve.
O diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) aponta a saída. “Reduzir a estimulação ao chegar em casa; não fazer exercícios físicos muito tarde; criar um ambiente confortável para o sono, que não tenha música alta, nem barulhos de outra natureza, onde a pessoa se sinta bem; e que a pessoa vá dormir sem resistir”, orienta Sidarta Ribeiro.
por G1
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