A Coreia do Norte afirmou nesta terça-feira (09/10) que possui projéteis capazes de alcançar o território dos Estados Unidos, na primeira reação do país comunista ao recente pacto entre Seul e Washington que permite ao primeiro ampliar a categoria de seus mísseis.
As Forças Armadas da Coreia do Norte têm "em sua categoria de tiro" não só as bases dos EUA na Coreia, mas "também no Japão, em Guam e em território continental dos EUA", assegurou a agência de notícias norte-coreana "KCNA".
"Estamos bem preparados para resistir a ataques nucleares dos EUA e de seus aliados", afirmou o regime de Kim Jong-un.
O líder norte-coreano assinala que seu país intensificará sua preparação defensiva, algo que, junto ao aumento da categoria dos mísseis da Coreia do Sul, pode originar uma nova escalada armamentista na península coreana, foco de tensão há décadas.
"Só nos resta como última opção ações decididas, e mostraremos a amargura real da guerra de um modo que o mundo jamais conheceu ou imaginou", indicou a "KCNA", com a habitual retórica bélica norte-coreana.
O comunicado também considera que o recente acordo entre Washington e Seul "foi desenhado para levar ao limite a situação na península coreana e acender o pavio para invadir a Coreia do Norte e travar uma guerra".
A Coreia do Sul anunciou no domingo um acordo histórico com os EUA para desenvolver mísseis balísticos de maior alcance, capazes de alcançar alvos em qualquer ponto da Coreia do Norte.
PaciênciaNo início desse mês, a Coreia do Norte afirmou na ONU que só a sua "paciência" e sua "dissuasão" puderam evitar até agora uma guerra nuclear com os Estados Unidos, mas advertiu que essa situação tem "limites".
Só "a paciência e a dissuasão defensiva militar" (em uma aparente referência às armas nucleares norte-coreanas) preveniram "que as contínuas provocações militares dos EUA se transformassem em uma guerra termonuclear total na península coreana", afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Park Kil Yon.
Mesmo assim, "a paciência da Coreia do Norte não significa que não tenha limites", advertiu o representante do regime de Pyongyang em seu discurso.
Park ressaltou que seu país "está decidido" a confrontar "a guerra de agressão com uma justa guerra de reunificação do país".
Park insistiu que nenhum problema relacionado com a questão nuclear na península coreana pode ser solucionado "sem a eliminação da política de hostilidade dos EUA" contra seu país.
Os EUA querem "ocupar toda a península coreana como plataforma para tornar realidade sua estratégia de dominar toda a Ásia", concluiu o vice-ministro.
Os EUA são a única nação que já usaram armas nucleares em guerra e contra populações civis, tendo lançado duas bombas nas cidades japonesas Hiroshima e Nagasaki, em 1945.
Nenhum comentário:
Postar um comentário