Colonia Babado Novo

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

LULA: O RETORNO




Carlos Chagas
                                                                   Tem várias  leituras a badalada e amplamente fotografada reunião  do Lula na prefeitura de São Paulo, com Fernando  Haddad e todos os secretários. Uma homenagem que o prefeito entendeu prestar a quem o elegeu? Um sinal de submissão ao primeiro-companheiro? A evidência de quem realmente manda  na maior cidade do país?  A impressão de que permanecendo no centro do palco, o ex-presidente prepara-se para voltar em 2014? Mais um erro de marketing? Vaidade?
                                                                  Tanto faz. O importante é ver o Lula se posicionando.  Seus objetivos ainda  não são claros.  Ao longo dos últimos dois anos, encontrou-se muitas vezes com a presidente Dilma, que sempre  foi ao seu encontro.  Na rara ocasião  em que veio a Brasília, não houve fotografia, muito menos reunião com o ministério. É óbvio, porém, que opinou e ainda opina  a respeito do governo da sucessora. Fez e continuará fazendo ministros, bem como indicando rumos e diretrizes. 
                                                                  Quem quiser que arrisque um palpite, mas substancial parcela do PT está em festa. Muita gente, no partido, trabalha para o retorno  imediato do chefe.
 
ANTES E DEPOIS DA HORA
                                                                   Na presidência da República, o marechal Castello Branco incomodou-se com a precipitação de Carlos Lacerda em antecipar  a sucessão. Mandou-lhe incisivo recado: “antes da hora não é hora”. O frustrado candidato respondeu  que depois da hora também não  era  hora. 
                                                                  Para a presidente Dilma Rousseff, 2013 não é hora de cuidar das eleições, muito menos de sua reeleição. O problema é que para o ex-presidente Lula, 2014 poderá ser depois da hora.
BRASÍLIA IMPORTA O CAOS
                                                                   O sistema de saúde em Brasília virou um caos. Faltam  médicos e os médicos também faltam. No caso, ao trabalho. Hospitais públicos e postos de saúde carecem das mínimas condições de atendimento, mas é preciso atentar para o  fato de que mais de 50% dos que se amontoam nas filas não moram na capital federal. E não vem apenas das cidades goianas do entorno. Do Nordeste e da Amazônia, sem falar do Centro-Oeste, chegam levas de pacientes em busca de socorro. Existem municípios onde os prefeitos utilizam as verbas de saúde para adquirir ambulâncias, destinadas a transportar os doentes para Brasília. Não dá para rejeitar ninguém, muito menos para estabelecer barreiras e  fazer triagem nos limites do Distrito Federal.
 
NÃO HÁ EFEITO SEM CAUSA
                                                                  Sempre expressas com humor, as observações  do ex-ministro Delfim Netto sobre o comportamento da economia mudaram radicalmente em seu último artigo. Usando palavras e conceitos duros, ele não poupou a equipe econômica. Há quem suponha alterações no ministério, detectadas antecipadamente pelo antigo csar da economia.

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