Tem várias leituras a badalada e amplamente fotografada reunião do Lula na prefeitura de São Paulo, com Fernando Haddad e todos os secretários. Uma homenagem que o prefeito entendeu prestar a quem o elegeu? Um sinal de submissão ao primeiro-companheiro? A evidência de quem realmente manda na maior cidade do país? A impressão de que permanecendo no centro do palco, o ex-presidente prepara-se para voltar em 2014? Mais um erro de marketing? Vaidade?
Tanto faz. O importante é ver o Lula se posicionando. Seus objetivos ainda não são claros. Ao longo dos últimos dois anos, encontrou-se muitas vezes com a presidente Dilma, que sempre foi ao seu encontro. Na rara ocasião em que veio a Brasília, não houve fotografia, muito menos reunião com o ministério. É óbvio, porém, que opinou e ainda opina a respeito do governo da sucessora. Fez e continuará fazendo ministros, bem como indicando rumos e diretrizes.
Quem quiser que arrisque um palpite, mas substancial parcela do PT está em festa. Muita gente, no partido, trabalha para o retorno imediato do chefe.
ANTES E DEPOIS DA HORA
Na presidência da República, o marechal Castello Branco incomodou-se com a precipitação de Carlos Lacerda em antecipar a sucessão. Mandou-lhe incisivo recado: “antes da hora não é hora”. O frustrado candidato respondeu que depois da hora também não era hora.
Para a presidente Dilma Rousseff, 2013 não é hora de cuidar das eleições, muito menos de sua reeleição. O problema é que para o ex-presidente Lula, 2014 poderá ser depois da hora.
BRASÍLIA IMPORTA O CAOS
O sistema de saúde em Brasília virou um caos. Faltam médicos e os médicos também faltam. No caso, ao trabalho. Hospitais públicos e postos de saúde carecem das mínimas condições de atendimento, mas é preciso atentar para o fato de que mais de 50% dos que se amontoam nas filas não moram na capital federal. E não vem apenas das cidades goianas do entorno. Do Nordeste e da Amazônia, sem falar do Centro-Oeste, chegam levas de pacientes em busca de socorro. Existem municípios onde os prefeitos utilizam as verbas de saúde para adquirir ambulâncias, destinadas a transportar os doentes para Brasília. Não dá para rejeitar ninguém, muito menos para estabelecer barreiras e fazer triagem nos limites do Distrito Federal.
NÃO HÁ EFEITO SEM CAUSA
Sempre expressas com humor, as observações do ex-ministro Delfim Netto sobre o comportamento da economia mudaram radicalmente em seu último artigo. Usando palavras e conceitos duros, ele não poupou a equipe econômica. Há quem suponha alterações no ministério, detectadas antecipadamente pelo antigo csar da economia.
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