Corpo de menino de 8 anos atrai objetos metálicos, em Goiânia
Talheres, celulares e até ferro de passar roupa grudam no corpo do garoto.
Para dermatologista, explicação está na produção excessiva de suor e sebo.


(Foto: Elisângela Nascimento/G1 GO)
Segundo Rita de Cássia, o teste foi feito durante o jantar, com sucesso: “Nós estávamos jantando e eu coloquei um garfo nele e ficou. Aí começamos a colocar colher, faca, cinzeiro, panela e até um ferro de passar roupa. Todo mundo aqui em casa tentou fazer a mesma coisa, mas os objetos metálicos só ficaram grudados nele”.
Procurada pela reportagem, a dermatologista Juliana Salgado disse não acreditar na capacidade eletromagnética do corpo. Para ela, a explicação está na produção de suor e sebo, que facilita que objetos de superfície lisa grudem na pele. O colunista do G1 Alysson Muotri também avalia que o suposto magnetismo é apenas um mito, tanto que o jovem "segura" itens como um celular, cuja superfícil é plástica. "Nossa pele é, por definição, viscoelástica. E algumas peles são mais grudentas do que outras", escreveu o especialista em artigo no Blog
Garoto diz que ninguém acreditou
Alheio à influência dos especialistas, o garoto Marcos Paulo diz que vive a situação com um misto de curiosidade e mistério. Ele, que faz o 3º ano do ensino fundamental, disse que contou aos amigos, mas eles não acreditaram. “Ninguém acreditou, nem a professora. Todos falaram que era mentira e riram”, revela. A mãe lembra que, a princípio, o restante da família também desconfiou da situação e os parentes só acreditaram depois que viram as fotos enviadas pelo pai do menino.
A advogada ressalta que não acredita em superpoderes e que o filho nunca teve nenhum problema de saúde. “Ele fez exames de rotina há uns três meses porque eu queria orientação porque ele está gordinho e não deu nada de errado. Penso que tem mais a ver com magnetismo, acho que ele tem mais estática no corpo que a gente”, ressalta Rita de Cássia. No entanto, ela pretende levar o filho ao médico ainda nesta semana, assim que souber qual especialidade deve procurar.

(Foto: Elisângela Nascimento/G1GO)
De acordo com a advogada, o magnetismo é mais intenso no final do dia e quando o filho está descalço, em contato com o chão. “Quando aproximamos algum material metálico parece que o corpo dele puxa, como se fosse um imã”.
Muito suor e pouco pelo
Para a dermatologista Juliana Salgado diz não acreditar na capacidade eletromagnética do corpo. Para ela, a explicação para o curioso acontecimento está na produção de suor e sebo, que facilita que objetos de superfície lisa grudem na pele. “A pele é naturalmente coberta de suor e sebo. Existem algumas áreas de maior concentração das glândulas como, por exemplo, na face, nas costas e no tórax”, explica.
Segundo a médica, o fator da obesidade pode aumentar a produção de secreção. “É cientificamente comprovado que em pessoas obesas a produção de sebo e suor é maior. A falta de pelo também ajuda objetos a se fixarem melhor na pele. Tenho certeza de que esses objetos não vão grudar na cabeça dele. Ou seja, a combinação de uma pele que produz mais secreção e sem pelos facilita a aderência de objetos lisos”, explica.
Para Juliana Salgado, as dobrinhas das pessoas obesas também funcionam como calços e ajudam a firmar os objetos. Para o colunista do G1 Alysson Muotri, não há mistério. "Os casos parecem ser raros ou inusitados porque poucas pessoas gastam seu tempo tentando pendurar colheres na barriga."
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