Fifa vai faturar US$ 4 bilhões e investir US$ 1,8 bilhão no evento
A Fifa vai faturar US$ 4 bilhões em receita comercial na Copa do Mundo no Brasil e investir US$ 1,8 bilhão, revelou Jérome Valcke, secretário-geral da entidade. Ele também disse que foi um ‘inferno’ lidar com o governo brasileiro. Num debate na terça-feira (6) em Lausanne, na Suíça, Valcke e o diretor-executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI), Gilbert Felli, disseram que não têm ideia hoje de quanto os dois eventos – Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016 – vão custar para o Brasil .
Valcke disse que só se terá ideia do custo total depois da Copa. Mas alertou quanto aos custos dos atrasos das obras: “Todo atraso em estádio custará mais caro”.
Já Gilbert Felli disse que a herança de um Jogo Olímpico não se mede apenas pelo custo do evento, mas também pela imagem que o país deixa. O COI, segundo ele, vai investir mais de US$ 900 milhões. Felli, por exemplo, disse que alguns projetos foram adicionados no plano inicial – o que elevou custos. A entidade, segundo ele, não pediu a construção da linha 4 do metrô.
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O “inferno” de lidar com políticos brasileiros
Secretário-geral da Fifa revelou que viveu uma verdadeiro ‘inferno’ na organização do evento no Brasil
A quase 30 dias da Copa do Mundo Jérome Valcke também revelou que viveu uma verdadeiro ‘inferno’ na organização do evento. Não apenas foi difícil, segundo ele, lidar com três níveis de governo, como também ter que encarar uma mudança de comando do país (de Lula para Dilma) e de interlocutores em plena organização da Copa.
Valcke sugeriu que, no futuro, a candidatura à Copa não seja simplesmente o projeto de um governo (a candidatura do Brasil foi lançada pelo governo Lula), mas sim “uma representação global do país”. Sem mencionar abertamente, Valcke referia-se às dificuldades de comunicação que a Fifa teve quando Dilma Rousseff assumiu o comando do país.
“Talvez (no futuro) tenha que ser a mais alta autoridade representante do povo que seja associada a uma decisão de uma candidatura e não simplesmente um governo, um chefe de estado e seus ministros que passam com o tempo. Que seja uma representação global do país”.
O secretário-geral explicou aos repórteres que estes últimos anos foram ‘complicados’ tanto para a Fifa quanto para o Brasil.
“Foram três anos em que o trabalho não foi necessariamente cumprido de uma parte ou de outra. Tivemos complicações ligadas à estrutura do país, a um certo número de investimento que talvez tenham começado um pouco tarde, algumas incompreensões sobre a dimensão do evento. Me lembro que me diziam : ‘organizamos o carnaval do Rio todos os anos com 3 milhões de pessoas ‘. Eu dizia : mas o carnaval do Rio são 3 milhões de pessoas no Rio, e a maioria moram no Rio, têm seus apartamentos, não precisam de hotel, nem de se locomover, vão à praia e ficam lá”.
Valcke disse que esta vai ser, como diz Dilma Rousseff, ‘a Copa das Copas’:
“Vai ser, porque o Brasil é este país onde o futebol é uma religião e de onde do meu apartamento eu posso ver pessoas jogando futebol das 7h à meia noite na praia do Leblon. Há algo que é único no Brasil. Se os 64 jogos foram como o jogo Espanha-Taiti, vai ser uma Copa que vai ficar na mente de todo fã de futebol como sendo única”.
O secretário-geral da Fifa reconheceu, no debate, que certas infra-estruturas em volta dos estádios não vão estar terminadas. Mas disse que vai trabalhar até o final para que o Brasil faça “uma bela Copa do Mundo”, com estádios prontos e sem problemas nas ruas.
“Espero que nas ruas tudo se passará bem, que não haverá problema de segurança, que o (torcedor) possa viajar do Rio a Cuiabá sem problemas”, afirmou.
Valcke nega que a Fifa tenha feito muitas exigências ao Brasil e disse que a decisão de 12 estádios partiu do Brasil: a Fifa se contentaria com oito estádios.
Fonte: O Globo
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