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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Forças de segurança do Rio viraram polícia política, diz pesquisador da FGV



Reforço do policiamento no Rio de Janeiro durante manifestação de professores no dia 15 de outubro. (Rio na Rua/Facebook)

Rio de Janeiro – As forças de segurança do estado do Rio se transformaram em uma polícia política, atuando de forma desproporcional nas manifestações. A avaliação é do professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV), Rafael Alcadipani, que analisou os enfrentamentos e as prisões em massa ocorridas ontem (15), durante protestos no centro da capital fluminense.

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“Ela já se transformou em uma polícia política. Se você vê o que aconteceu ontem em São Paulo, mais de 50 pessoas foram presas, mas a Polícia Civil mostrou que não havia ligação entre elas e liberou a todas. O que está acontecendo no Rio é que a polícia está prendendo indiscriminadamente, sem muita inteligência e criando relações inexistentes entre essas pessoas. Estão agindo, infelizmente, ao arrepio da lei”, disse Alcadipani, que vem estudando o fenômeno das manifestações, principalmente relacionado ao Black Bloc.

O pesquisador chegou a comparar o que vem acontecendo no Rio com os tempos ditatoriais do Estado Novo de Getúlio Vargas e da ditadura militar (1964-1985). “Da forma como a polícia do Rio tem agido, com bastante truculência, e a prisão ontem de repórteres da rede independente Zona de Conflito, infelizmente parece que o Rio está entrando em um estado de exceção, o que é muito sério e já aconteceu na época da ditadura. Isto é preocupante, porque os governos não estão chamando para o diálogo”, destacou Alcadipani.

A chefe de Polícia do Rio, delegada Martha Rocha, contestou a avaliação do professor da FGV. Ela disse, em entrevista à imprensa, que a Polícia Civil é a defensora da sociedade. “Embora eu respeite a opinião dos estudiosos, a nossa decisão não passa pelo crivo deles. A nossa decisão passa pelo crivo do Poder Judiciário. A Polícia Civil é a defesa da sociedade. Vamos falar a verdade. Ninguém mais aguenta essa situação. Se esses estudiosos não entenderem que a Polícia Civil atua na defesa da sociedade, eu lamento muito. Mas o fato é que não estamos falando de manifestação. Estamos falando de atos de vandalismo. De pessoas que saem de casa com o compromisso da prática de delito, armadas de diversos instrumentos”, ressaltou.

Edição: Aécio Amado

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