Os modelos meteorológicos disponíveis apontam para um verão mais chuvoso no país, o que praticamente afasta o risco de apagões por excesso de demanda. A avaliação é do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp(Foto: mhaller1979/Creative Commons)
Rio de Janeiro – Os modelos meteorológicos disponíveis apontam para um verão mais chuvoso no país, o que praticamente afasta o risco de apagões por excesso de demanda. A avaliação é do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, que espera uma economia de 4,6% no consumo de energia no pico, o equivalente a R$ 400 milhões, durante os 120 dias em que vigorar o horário de verão, que começa a zero hora do próximo domingo (20). Ele pondera, entretanto, que nenhum sistema no mundo é à prova de falhas.
“Apagão, nenhum risco. O nível dos reservatórios não é dos melhores, mas não é nada que apavore. O atendimento é garantido. Um outro sinal muito positivo é que nós estamos tendo indicações meteorológicas favoráveis, diferentemente do ano passado, quando o período úmido atrasou muito. Este ano já começou a dar sinal das frentes [frias] passando para onde interessa, que são as bacias principais do sistema. Elas estão se concentrando mais ao norte da Região Sul, onde estão as principais bacias, como a do Rio Iguaçu, e indo para a Região Sudeste, pegando até a cabeceira do Rio São Francisco”, explicou Chipp.
O diretor-geral do ONS ressaltou que está sendo registrado um aumento de temperatura no Atlântico Sul, o que faz as frentes subirem mais rapidamente. “As frentes não param no Sul, indo para as bacias que têm mais capacidade de armazenar água, no Sudeste. Os modelos que a gente utiliza, que é do Cptec [Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos] e outros dois americanos, estão dando uma indicação consensual e está se configurando. Segundo os meteorologistas, essa tendência não se reverte.”
Com a garantia de chuvas nos reservatórios das hidrelétricas, Chipp disse que haverá redução na utilização das termelétricas, o que afasta a possibilidade de aumento na conta de luz do consumidor final, por conta dos encargos cobrados quando o sistema usa muito a energia térmica: “Se configurando essas previsões, deve se reduzir [o uso de termelétricas]”.
Chipp disse que o aumento de carga para este ano deverá ficar em 4%, em comparação ao ano anterior, que havia registrado crescimento de 4,2%, valores sempre acima do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), em razão do crescente consumo dos brasileiros de produtos elétricos e eletrônicos, incluindo aparelhos de ar condicionado, especialmente utilizados nos picos de calor do verão.
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